A 15ª Regional de Saúde de Maringá é a terceira do Paraná em registros de mortes ocorridas em decorrência da gripe neste ano. A informação é do boletim divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) na segunda-feira (19), que mostra ainda que os casos de gripe vêm caindo gradativamente nas últimas sete semanas no Estado.

Até agora já foram confirmadas 53 mortes pela doença neste ano. As Regionais de Saúde com maior percentual de óbito são Região Metropolitana de Curitiba, com 11 óbitos, representando 20,8% do total, seguida de Cascavel (8) e Maringá (7), com 15,1% e 13,2%, respectivamente.

O último óbito por gripe foi registrado no município da Lapa, região de Metropolitana de Curitiba. O paciente tinha quatro meses de idade e morreu no dia 11 de agosto.

Queda

O auge das ocorrências foi registrado na semana de 30 de junho a 6 de julho. A partir desta data, os números apresentam uma tendência de queda em todas as regiões. De janeiro até esta segunda-feira já foram confirmados 1.315 casos de gripe no Paraná, sendo que a maior parte foi causada pelos vírus Influenza B (583) e Influenza A H1N1 (554). Somente na última semana foram 35 casos novos da doença contra 71 de sete semanas atrás.

Segundo o superintendente de Vigilância em Saúde, Sezifredo Paz, a queda é reflexo da sazonalidade do vírus, ou seja, há períodos onde a circulação do Influenza é mais acentuada. "Apesar de o vírus da gripe circular durante todo o ano, é comum que aumente o número de casos no inverno. Isso se deve, principalmente, aos ambientes fechados e ao grau de suscetibilidade das pessoas", destaca.

Um dos motivos que também influenciaram nesta redução é a adoção de hábitos saudáveis que previnem a gripe. "Divulgamos o boletim da gripe semanalmente para mostrar que ela é uma doença séria e que pode matar. Isto serve de alerta para que as pessoas se lembrem das medidas de prevenção durante o dia-a-dia", explica. No ano passado, o auge de notificações da gripe foi durante a semana entre os dias 24 a 30 de junho. Assim como neste ano, o número de casos também começou a cair a partir de meados de agosto.

Este comportamento do vírus da gripe pode ser acompanhado graças ao moderno sistema de monitoramento implantado no Paraná. O trabalho é realizado no Laboratório Central do Estado e utiliza metodologia desenvolvida no Center for Disease Control and Prevention (CDC) de Atlanta (EUA).. O órgão governamental norte-americano é referência na área de pesquisas e outras ações em saúde pública.

TRATAMENTO

Para evitar novas mortes, a principal orientação dos médicos é o diagnóstico e tratamento precoce de todos os casos. Segundo a médica e coordenadora do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde(CIEVS-PR), Mirian Woiski, a pessoa deve se dirigir a uma unidade básica de saúde assim que manifestar qualquer sintoma de gripe, sobretudo quando já tiver falta de ar.

"Em caso de suspeita de síndrome gripal, o médico deve receitar o medicamento antiviral imediatamente. Se possível num período máximo de 48 horas após o início dos sintomas", ressalta Mirian. Estudos mostram que o medicamento (Oseltamivir) é mais eficaz se aplicado nesta fase de evolução da doença e ainda evita o agravamento do quadro clínico do paciente.

Neste ano, o Paraná tem 328 mil tratamentos para gripe. Até agora, 282 mil medicamentos já foram encaminhados aos 399 municípios do Estado e estão à disposição da população. O restante está no estoque de reserva no Centro de Medicamentos do Paraná.

O Oseltamivir é oferecido gratuitamente na rede pública de saúde, mesmo para quem se consultou na rede particular. Para retirar o medicamento, basta o paciente apresentar uma receita médica válida em uma unidade básica de saúde ou centro de referência para tratamento de síndromes gripais.