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Viol?ncia faz mulheres procurarem por t?cnicas de defesa pessoal no PR...

Sábado, 14 de setembro de 2013

Última Modificação: 09/06/2020 16:55:12 | Visualizada 293 vezes


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Guarapuavana conta que começou a treinar Hapkido após ser agredida.
Paraná é o terceiro estado mais violento para as mulheres, segundo estudo.

Academias de todo o país presenciam o movimento de aumento da demanda das mulheres por lutas e artes marciais. Por trás da escolha por um exercício físico, está o desejo de dominar técnicas de defesa pessoal com o objetivo de aprenderem um modo de se protegerem da violência a que estão suscetíveis no dia-a-dia.

De acordo com informações da Associação Brasileira de Academias (Acad), há a percepção de um aumento de 40% na procura pela prática de lutas nas academias, desde 2012. Segundo a Acad, as mulheres já representam cerca de 30% do novo público que quer praticar alguma modalidade de luta.

Esta procura é um reflexo da falta de segurança e também da sociedade. O Mapa da Violência, lançado pelo Instituto Sangari e publicado em 2012, aponta que o Paraná é o terceiro estado brasileiro mais violento para as mulheres, baseado em dados de homicídios cometidos  em 2010.

A professora de Guarapuava, na região central do Paraná, Andressa Machula, é um exemplo de como a violência doméstica pode motivar a prática de lutas. Ela começou a treinar a arte marcial coreana hapkido após ter sido agredida por um ex-companheiro. Ela contou ao G1 que nunca precisou usar as técnicas do hapkido após começar a treinar, há dois anos, mas que a autoconfiança melhorou bastante.

“O que me chamou a atenção no hapkido é que não é só uma atividade física, é uma filosofia. A hierarquia que existe dentro do esporte é muito legal, mas a questão de aprender uma técnica de defesa pessoal é muito importante, nós mulheres estamos sujeitas à violência”, avalia Machula.

O mestre em hapkido, Kleber Emanuel Horbus, explica que o treino é misto, feito com homens e mulheres para que haja uma simulação de atos de violência que ambos os sexos podem vivenciar no cotidiano. “O público feminino expecificamente recebe instruções sobre anatomia e também instruções sobre armas improvisadas, que significa a utilização de objetos do dia a dia das mulheres como arma de defesa”, explicou Horbus.

Krav maga e a defesa pessoal
A estudante curitibana Alessandra Wolff Carvalho, 22 anos, começou a praticar krav maga, um tipo de luta israelense baseada em técnicas de defesa pessoal, há cerca de três anos e contou ao G1 que a autoconfiança também melhorou depois que começou a frequentar os treinos.

“Eu tinha o interesse em praticar algum tipo de luta, mas não gostei muito do muay thai, não queria só bater. No krav maga me senti mais acolhida. Eu já estive muito próxima da violência doméstica, não comigo, mas com uma amiga, e a prática fez minha autoconfiança melhorar muito”, contou a estudante.

O krav maga é voltado exclusivamente para a defesa pessoal, por isso não há competições. A origem da prática é militar e não há restrição de sexo, idade ou condicionamento físico para treinar. Assim como outras artes marciais, o krav maga utiliza o sistema de graduação por faixas. A curitibana está na faixa amarela, que é a segunda entre as nove cores. “O treino de krav maga é bem puxado e individualizado. O treinador vai instruindo aluno por aluno e apontando os erros de cada um. É um treino bem detalhado.”, explicou a estudante curitibana.

Além de aprender técnicas para se defender, o krav maga e o hapkido também trazem benefícios à saúde. De acordo com o mestre de hapkido, Kleber Emanuel Horbus, os exercícios feitos durante os treinos ajudam a perder peso e a definir a musculatura. "Se o treino com cerca de duas horas for bem puxado é possível perder bastante peso, mas isso depende de metabolismo para metabolismo. Uma pessoa com um melhor preparo físico vai perder mais peso do que uma pessoa que começou a praticar o hapkido recentemente", explica Horbus.

De acordo com Horbus, depois de um tempo de treinamento é possível ganhar massa muscular. "O percentual de gordura diminui, a massa muscular aumenta, mas não o suficiente para deixar a mulher masculinizada, por exemplo", explica.

Onde treinar
As principais associações de praticantes das modalidades possuem os endereços de academias onde é possível praticar as artes marciais. No caso do hapkido, informações podem ser obtidas pelo site da Confederação Brasileira. Informações sobre o krav maga estão disponíveis no site de Federação Sul Americana de Krav Maga.

 

 

Fonte: G1 MARINGÁ

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