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Buraco Negro...

Segunda-feira, 30 de junho de 2014

Última Modificação: 05/09/2018 14:38:34 | Visualizada 147 vezes


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Ponto de equilíbrio do forte time da Copa das Confederações, meio de campo da seleção brasileira ainda não existiu na Copa. Sem armação, time abusa dos chutões com Thiago Silva e David Luiz

 

A bola rolava havia dez minutos no Maracanã quando Luiz Felipe Scolari, na sala de entrevistas do Mineirão, foi perguntado sobre as características dos possíveis adversários do Brasil nas quartas de final. Do Uruguai, exaltou a raça. Da Colômbia, o jogo. “É um futebol mais solto, rápido e envolvente”, resumiu. Um estilo que se torna ainda mais perigoso diante do buraco negro da seleção brasileira.

Uma das forças do equilibrado time da Copa das Confederações, o meio-campo do Brasil padece em 2014. Sofre com a queda técnica das suas peças, deixou de ser usado pelo próprio time para chegar ao ataque e não terá o seu jogador mais regular na partida de sexta-feira, contra os colombianos, no Castelão.

A dramática classificação contra o Chile é um retrato do setor no torneio. Escalado no lugar de Paulinho para melhorar a transição entre defesa e ataque, Fernandinho tocou na bola 24 vezes. Somente Jô, Fred e Willian foram menos acionados.

Oscar, de quem Felipão espera o recuo para armar as jogadas, teve seu pior aproveitamento de passe na Copa. Acertou 53%. Apenas Jô (31%) teve acerto inferior.

A solução foi apelar para a bola longa, recurso que virou vício no jogo brasileiro. Foram 95 esticadas: 14 de Thiago Silva e 9 de David Luiz, os verdadeiros armadores da seleção. Quando não buscam diretamente o ataque, entregam a bola para Luiz Gustavo, o grande carimbador do time nacional, com 84 toques, suspenso do próximo jogo.

“Usamos muito as bolas longas. Nas poucas vezes em que o time tentou pelo chão, com passes de pé em pé, conseguimos chegar bem. Temos de fazer mais isso”, sugeriu Fernandinho.

O problema será impor essa fórmula contra um time que é um exemplo mais bem acabado daquilo que o Brasil esperava ser na Copa. A Colômbia aniquilou um a um seus oponentes com um jogo direto e de velocidade, que tem como chave a maneira eficiente como Juan Cuadrado leva a bola dos volantes aos atacantes.

“São dois países que interpretam o futebol da mesma maneira, duas seleções que têm gosto pela posse de bola, pelo futebol bonito, viradas de jogo, passes em profundidade, é uma história em comum”, diz o argentino José Pekerman, técnico da Colômbia.

Uma história em comum, mas que o Brasil só conseguirá honrar quando cobrir seu buraco negro.

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