Quinta-feira, 10 de julho de 2014
Última Modificação: 05/09/2018 14:38:21 | Visualizada 167 vezes
Ouvir matéria
Em 1986, no México, deu Argentina de Maradona. Quatro anos depois, na Itália, a Alemanha de Matthäus venceu. Agora, o Brasil será palco da decisão que mais vezes se repetiu nas Copas
O acerto de contas está marcado. Será neste domingo, às 16 horas, no Maracanã, quando a bola rolar para Alemanha e Argentina na final da Copa do Mundo. O duelo, que vale a “negra” do encontro e vai coroar um novo tri ou mais um tetracampeão, só será possível porque os hermanos passaram ontem pela forte Holanda na semifinal.
Após um movimentado 0 a 0 no tempo normal e na prorrogação, o time liderado por Lionel Messi bateu os europeus nos pênaltis por 4 a 2 – brilhou a estrela do goleiro Romero, contestado durante todo o período de preparação para o Mundial, que defendeu as cobranças de Vlaar e Sneijder.
Os argentinos venceram a primeira disputa, em 1986, no México, e levantaram sua segunda taça pelas mãos de Maradona. Os alemães do capitão Matthäus devolveram a derrota quatro anos depois, na Itália. Invictos nesta Copa, as seleções terão seu terceiro encontro no Rio de Janeiro.
Messi ou Lahm. Só um deles entrará para a história como o capitão que ergueu a Taça Fifa na segunda Copa no Brasil. “Vamos fazer o nosso melhor”, garantiu o técnico Alejandro Sabella. “[Ontem] não nos entregamos em momento algum. A Argentina merecia essa vitória”, emendou, sem tirar a seriedade da expressão mesmo após uma tensa disputa de pênaltis que calhou com o aniversário de 198 anos da independência argentina.
Se os germânicos demoraram 12 anos para voltar aos holofotes, a espera portenha foi dobrada. Foram 24 anos de agonia sem nem sequer chegar à semifinal. Barreira quebrada justamente no Brasil. Ontem, a vitória nos pênaltis garantida pelo goleiro Romero deixou a Albiceleste a um passo de fazer a festa do quintal dos maiores rivais.
Apesar do massacre sobre os anfitriões, a Alemanha deve contar com o apoio dos brasileiros no Maracanã. O ótimo futebol demonstrado até agora, porém, não assusta a Argentina. Somente inspira. “Temos admiração pela Alemanha. É um país que demonstrou durante toda sua história um grande poderio físico, tático e mental. É um país de primeiro mundo, que sabe o que é trabalho e organização. Vai ser um duelo absolutamente difícil”, comentou Sabella, que só dirigiu um clube na carreira, o Estudiantes de La Plata.
O volante Mascherano, forjado pelo River Plate e com passagem pelo Corinthians, demonstra o mesmo respeito pelos tricampeões, que levam vantagem de 3 a 1 em confrontos oficiais – também houve três empates. E, a poucos dias da final, pede concentração absoluta para os companheiros. O auge está logo ali, assim como o fundo do poço, prega.
“No domingo teremos a partida mais importante de nossas carreiras. Agora temos de desfrutar do momento, tivemos um longo caminho para chegar até aqui, com muitas dificuldades. Estamos felizes, mas temos responsabilidade. A Argentina segue confiando em nós. Oxalá vamos levar esse título para casa”, falou.
“É uma seleção muito dura. Neste momento quero saborear a vitória e a partir de amanhã [hoje] vamos nos concentrar e pensar na final. Temos de aproveitar porque há muito não chegávamos”, completou o atacante Lavezzi.