Terça-feira, 07 de outubro de 2014
Última Modificação: 27/08/2018 18:56:35 | Visualizada 179 vezes
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Aécio reforçará as críticas aos negócios da Petrobras e Dilma deve resgatar fragilidades da gestão tucana
As campanhas de Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) já se armam para o debate em torno de um tema que consideram inevitável no 2.º turno da disputa presidencial: a corrupção na política. O assunto tem sido pautado nesta eleição principalmente pelas suspeitas envolvendo negócios da Petrobras e a Operação Lava Jato da Polícia Federal.
A expectativa é de que as delações premiadas do ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef, personagens centrais do esquema, levem a novas diligências e revelações, mantendo o caso no noticiário. A campanha de Aécio conta justamente com vazamentos dos depoimentos para atingir a candidatura petista.
O PT tem certeza de que este e outros temas – como a prisão da antiga cúpula do partido no mensalão e as suspeitas sobre um deputado acusado de envolvimento com o crime organizado em São Paulo – serão explorados e já prepara o discurso para evitar que Dilma fique na defensiva logo no início do 2.º turno.
Analistas apostam que o PT deve resgatar supostas fragilidades do governo de Fernando Henrique Cardoso (FHC) e investir na comparação de conquistas no campo social do governo petista. “O PT deve usar mais uma vez a estratégia de se apresentar como partido que é favor dos pobres contra um partido que beneficia ricos, da mesma forma como fez nas últimas três eleições presidenciais”, aponta o cientista político Wilson Ferreira da Cunha, da Pontifícia Universidade Católica de Goiás.
Ainda assim, o chamado mensalão mineiro, envolvendo o ex-governador de Minas Gerais Eduardo Azeredo (PSDB) e o cartel dos trens, devem ser usados como exemplo de corrupção ocorrida em administrações tucanas.
Ex-presidentes
Os ex-presidentes devem ter participação intensa na próxima etapa da eleição. Neste domingo, pouco antes de votar em uma escola em São Bernardo do Campo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva provocou os adversários ao afirmar que espera que a corrupção seja abordada. “O Aécio já deu uma tônica no 1.º turno. Não sei se é ele que vai (para o 2.º turno), mas ele tem falado muito de corrupção e esse é um tema que a Dilma vai querer debater com o Aécio também. É um tema sempre apaixonante, cheio de diz que diz, muito cheio de insinuações”, afirmou.
Quem vocalizou a aposta tucana foi também o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Para ele, é preciso conectar o caso Petrobras ao dia a dia do eleitor. “É preciso que haja certa dramaticidade, como o (ex-deputado) Roberto Jefferson fez no mensalão”, afirmou. FHC disse ainda que os tucanos vão rebater a afirmação de Dilma de que foi o seu governo quem puniu os infratores, como se isso a isentasse de culpa. “Há responsáveis (pelo escândalo da Petrobras) e a principal é a presidente da República, porque ela foi ministra de Minas e Energia, presidente do conselho (da estatal), então precisamos cobrar que ela explique.