Quinta-feira, 23 de outubro de 2014
Última Modificação: 27/08/2018 18:56:22 | Visualizada 171 vezes
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Governo e oposição travaram uma batalha de requerimentos na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito da Petrobras
Governo e oposição travaram nessa quarta-feira uma batalha de requerimentos na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras. Onze pedidos de convocação foram protocolados, mas nenhum foi votado, por falta de quorum. As propostas incluem quatro paranaenses - dois do PT, a senadora Gleisi Hoffmann e o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, e dois do PSDB, o senador Alvaro Dias e o deputado federal Luiz Carlos Hauly.
Gleisi foi alvo de dois requerimentos, um do deputado paulista Carlos Sampaio (PSDB) e outro do paranaense Fernando Francischini (SDD). Sampaio também foi autor do pedido para ouvir Paulo Bernardo, marido da senadora. De acordo com reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa disse ao Ministério Público Federal que o esquema de corrupção na estatal destinou R$ 1 milhão para campanha da petista ao Senado, em 2010.
Ela e Paulo Bernardo negam qualquer contato com Costa ou Youssef. Em nota sobre o assunto, ela disse que estuda processar o jornal e que “é vítima, pelo cargo que ocupou [ministra da Casa Civil], de um leviano denuncismo de dois réus confessos”. Gleisi também disse à Gazeta do Povo queFrancischini tem “valentia seletiva”, por não querer convocar parlamentares aliados citados nas investigações.
Já o deputado Afonso Florence (PT-BA) apresentou os requerimentos para ouvir Alvaro e Hauly. Em depoimento prestado na segunda-feira à Polícia Federal, o laranja do doleiro Alberto Youssef na Labogen (laboratório com contratos no governo),Leonardo Meirelles, disse que Yousseff tinha contato com o ex-presidente nacional do PSDB,Sérgio Guerra, e também com outro tucano descrito como “padrinho político do passado” e“conterrâneo” de Youssef, que é de Londrina, assim como Alvaro e Hauly. “Só faz sentido se essa convocação for para denunciar a corrupção da Petrobras, algo que venho fazendo desde 2009. Os requerimentos são uma manobra puramente eleitoreira”, disse Alvaro. “É um factoide, uma prova cabal de que o PT está desesperado e sabe que vai perder a eleição”, afirmou Hauly.
Base pede convocação de Aécio para depor em CPI
O líder do PT na Câmara, Vicentinho (SP), disse nesta quarta-feira que a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito da Petrobras não pode funcionar "em clima eleitoral". Vicentinho, no entanto, revelou que orientou a bancada a apresentar requerimentos pedindo a convocação do senador reeleito Alvaro Dias (PSDB-PR) e do candidato a presidente Aécio Neves (PSDB), que acumula a presidência nacional do partido. "O outro (ex-presidente nacional da legenda Sérgio Guerra) morreu, mas a responsabilidade é a mesma", afirmou.
Florence também solicitou a convocação do candidato Aécio Neves, do tesoureiro do PSDB,Rodrigo de Castro, do tesoureiro da campanha presidencial do PSDB em 2010, José Gregori, do ex-diretor de serviços da Petrobras, Renato de Souza Duque, e do ex-ministro de Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho (filiado ao PSB). Por último, Florence pediu para ouvir o tesoureiro do PT, José Vaccari Neto.
De acordo com Vicentinho, o líder do PT na Câmara, todos os supostos envolvidos no esquema e que foram denunciados no processo de delação premiada - até mesmo o secretário de Finanças e Planejamento da sigla, João Vaccari Neto - precisam prestar esclarecimentos à CPMI. "Para nós, o que interessa é a verdade sobre todos, independente da eleição", disse.
Vicentinho classificou como "besteira" as acusações da oposição de que o diretor de Abastecimento da Petrobras, José Carlos Cosenza, "manobrou", sob orientação do Palácio do Planalto, para não depor nesta quarta-feira à comissão. Cosenza encaminhou um atestado médico justificando a ausência, mas a oposição desconfia da alegação de que ele teve uma crise de hipertensão. O líder do PT afirmou que, se for o caso, será preciso questionar o médico. "Não acredito que alguém iria inventar uma história dessa", declarou. Vicentinho garantiu não temer o depoimento do doleiro Alberto Youssef à CPMI na próxima semana. De acordo com o líder, o País terá "grandes surpresas quando a verdade vir à tona". "Vamos levar o Brasil a limpo", prometeu.