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  Os motoristas e cobradores de ônib

Sexta-feira, 06 de março de 2015

Última Modificação: 27/08/2018 18:55:32 | Visualizada 160 vezes


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Os motoristas e cobradores de ônibus de Curitiba e Região Metropolitana rejeitaram a proposta de acordo salarial oferecida pelas empresas. A decisão foi tomada em uma audiência no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), na tarde desta quinta-feira (5). Com o impasse, os trabalhadores anunciaram à Justiça um indicativo de greve e podem parar as atividades a partir de segunda-feira (8). Com a falta de acordo, os desembargadores do TRT vão julgar o dissídio coletivo da categoria.

A audiência teve a participação de trabalhadores, empresários, Urbs e governo do estado. Os trabalhadores pediram 10,34% de aumento, R$ 500 de vale-alimentação e mais R$ 350 de abono salarial. As empresas, por sua vez, ofereceram 7,13% de reajuste e R$ 385 de vale-alimentação. Os empregadores aceitaram a proposta do abono. Outro ponto que travou a pauta de negociações foi o pagamento do anuênio aos motoristas e cobradores. As empresas queriam limitar o pagamento a até oito anos de trabalho ou 16% da remuneração.

Na audiência, as empresas ainda questionaram a desembargadora Ana Carolina Zaina para que ela determinasse uma frota mínima rodando na segunda-feira, caso a greve seja levada adiante pelos trabalhadores. Contudo, ela disse que a Justiça do Trabalho só vai decidir sobre isso após a deflagração da greve.

Segunda greve em 2015
A situação salarial dos trabalhadores tem sido debatida desde o fim de 2014, em função dos atrasos de pagamento do subsídio do governo estadual à Urbs, autarquia municipal que gerencia o sistema. Em janeiro, os trabalhadores ficaram parados por quatro dias, pois houve atraso no adiantamento salarial dos motoristas e cobradores, o chamado vale.

Para tentar acabar com a greve, a prefeitura fez um pagamento especial de R$ 3 milhões às empresas de ônibus, que repassaram a quantia aos trabalhadores. À época, a dívida do governo estadual com o sistema já chegava a R$ 16,7 milhões. O governo, por meio da Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec) é responsável pelas linhas que integram as cidades da região à capital paranaense.

Em 31 de dezembro de 2014, a Comec não renovou o contrato que mantinha com a Urbs, para o gerenciamento do sistema na capital e nas demais cidades. Com isso, houve alteração em diversas linhas e, em alguns casos, o fim da integração do sistema em alguns locais, obrigando os passageiros das cidades do entorno de Curitiba a pagar tarifas mais caras, mesmo que utilizem o cartão transporte. Na capital, os usuários que usam o cartão pagam R$ 3,15, enquanto os vizinhos das outras cidades precisam pagar R$ 3,30.

Nesta quinta, porém, a Urbs anunciou que a Comec  fez um acordo temporário com a autarquia, para garantir a manutenção do serviço para todos os moradores que usam o sistema. O acordo, segundo a Urbs, prevê o parcelamento da dívida do subsídio de 2014, que ainda estava em R$ 6 milhões.

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