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Fifa alerta para assentos fantasmas na Arena da Baixada...

Sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Última Modificação: 09/06/2020 16:50:56 | Visualizada 230 vezes


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Entidade diz que atraso na obra eleva o risco de ingressos serem impressos com locais inexistentes e reserva espaço para acomodar os prejudicados

Torcedores que comprarem ingressos para jogos da Copa do Mundo de 2014, em Curitiba, devem estar preparados para o risco de não encontrarem o assento marcado no bilhete. O aviso foi dado ontem pelo diretor de mar­­keting da Fifa, Thierry Weil, e se deve ao atraso nas obras da Arena. Pelo mesmo motivo, em dezembro, o secretário-geral Jérôme Valcke havia anunciado uma redução na carga para jogos no estádio na segun­­da fase da venda de bilhetes. A solução será reservar de 9% a 10% das cadeiras para acomodar quem se deparar com um assento fantasma. Isso corresponde a entre 3,7 mil e 4,1 mil dos 41 mil lugares da Baixada.

“Vamos apelar para a compreensão dos torcedores que vierem ao estádio. Estaremos dando a alguns deles um assento que não corresponde ao seu ingresso”, disse Weil, durante mesa-redonda com jornalistas do mundo inteiro, ontem, em Florianópolis, no Seminário de Equipes da Copa de 2014.

Fiscalização

TCU cobra do BNDES atualização dos créditos para a obra da Arena

O Tribunal de Contas da União (TCU) cobrou do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) uma atualização no quadro de investimentos para a conclusão da Arena para a Copa. O pedido consta de um acórdão de 5 de fevereiro, assinado pelo ministro Valmir Campelo, cujos detalhes foram divulgados ontem pelo Tribunal de Contas do Paraná (TC-PR). O banco federal tem 15 dias para apresentar uma resposta a partir do momento em que tomar ciência do acórdão. Até ontem, esse comunicado não havia chegado à instituição financeira.

A Gazeta do Povo teve acesso ao acórdão, elaborado com base em informações do fim do ano passado. Assim, são tomados por base o orçamento de R$ 265,4 milhões e o estágio de execução em setembro de 2013 (70,4%). O porcentual de liberação do primeiro crédito fornecido pelo BNDES cita­­do é de 80% – hoje já foram repassados 95%. Não há menção aos R$ 65 milhões em análise.

Campelo cita 13 pontos problemáticos na reforma. Alguns já resolvidos, como escassez de mão de obra, atraso na liberação da desapropriação do terreno do Exército e demora na liberação de material e montagem da estrutura metálica da cobertura. O relatório que baseou o voto do ministro aponta questões técnicas, financeiras, políticas e gerenciais como causa para o atraso da obra.

O problema é causado pela base usada para definir a carga comercializada. Enquanto nos estádios que receberam a Copa das Confederações do ano passado a referência são lugares que já existem, nas arenas ainda em obras o mapa de assentos é feito em cima de plantas de como ficará cada setor. Essas plantas sofrem alterações no momento da instalação das cadeiras.

“Sempre há uma diferença entre o planejado e a realidade. Sempre falta uma fileira”, disse Weil. “Cargas de ingresso sendo feitas através de plantas não é o mundo ideal. Você vai, numera, mas no momento da instalação a televisão precisa daqueles degraus para a plataforma de uma câmera. Aí você vendeu ingresso e não tem um lugar. É um desgaste enorme para quem chegou naquele momento ao estádio”, detalha o CEO do Comitê Organizador Local (COL), Ricardo Trade.

Segundo Trade, a Fifa decide se põe ingressos à venda com base em desenhos. Embora confie nas plantas para fazer a comercialização, a entidade toma medidas para atenuar o problema. Uma foi o pedido de intensificação da colocação dos assentos no estádio. Atualmente, o ritmo de fabricação é de 500 cadeiras por dia para a Arena da Baixada. Outra é dosar o número de ingressos à venda.

A Arena Pernambuco, no Recife, último estádio entregue para a Copa das Confederações, sofreu com o mesmo problema ano passado. No primeiro jogo do torneio na cidade, entre Espanha e Uruguai, vários torcedores descobriram somente na arquibancada que portavam ingresso para lugares inexistentes. Todos foram acomodados nos “assentos mortos”, como chama a Fifa.

Itaquerão, Fonte Nova e Are­­na das Dunas também correm o risco de ter assentos fantasmas. No caso desses estádios, o problema é com as arquibancadas móveis, que ainda não têm uma distribuição definitiva dos lugares. O Itaquerão ainda sofre com atraso nas obras.

Outro problema de Curi­­tiba é a baixa procura por alguns jogos. Em entrevista ao site da Bloomberg, o consultor da Fifa para ingressos, Horst Schmidt, disse que serão feitas promoções para despertar o interesse do torcedor local em partidas como Irã x Nigéria e Honduras x Equador.

“Teremos muito trabalho para promover esses jogos. Talvez por causa do perfil destes jogos a demanda não seja a mesma de outras sedes”, afirmou Schmidt.

Na primeira etapa das vendas, realizada antes do sorteio dos grupos, os jogos de Curitiba só tiveram procura menor que os de Rio de Janeiro e São Paulo. Hoje, a Fifa pretende divulgar dados da segunda fase, já na etapa de comunicação dos torcedores sorteados para adquirir ingresso.

“Estamos vendendo a todo o vapor, é a Copa do Mundo com maior procura, um sucesso. A única preocupação é ter os assentos porque os ingressos estão sendo vendidos”, disse Weil.

A próxima etapa de comercialização começa dia 12 de março. A retirada dos bilhetes será a partir de 15 de abril.


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