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Alta procura e dificuldades para contratar v?o pressionar os pre?os dos servi?os em 2014...

Terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Última Modificação: 09/06/2020 16:50:56 | Visualizada 261 vezes


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Reajustes do setor devem se manter acima da inflação. Comer fora de casa, por exemplo, está 9,34% mais caro

Consumidores que viram o preço da maçã subir 18% no último ano tiraram a fruta do cardápio. Os que perceberam aumento de 9,37% no ensino médio do filho, no entanto, dificilmente trocaram de escola. A lógica de que serviços são muitas vezes insubstituíveis e têm preço conforme a demanda faz com que o setor seja considerado há alguns anos o carro-chefe da inflação brasileira. Situação que deve continuar em 2014, mesmo com as tentativas do governo federal em frear o inchaço de preços.

O setor registra nos últimos 12 meses reajustes bem acima do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do período (5,45%). Clínicas, médicos e dentistas subiram preços em 8,67%. A alimentação fora de casa foi reajustada em 9,34% – em parte por causa do custo dos alimentos, também em ascensão. Serviços pessoais (manicure ou cabeleireiro, por exemplo) ficaram 8,42% mais caros no país.

Dois fatores devem manter alta a inflação do setor. Um deles é a demanda crescente depois que serviços passaram a ser contratados por mais classes sociais. A receita do setor expandiu 8,5% no ano passado. No Paraná, foi 7,3%. Outro aspecto é mercado de ocupação aquecido, que em muitas capitais tem permitido ao trabalhador escolher o emprego. A estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que a mede a inflação, é de que o desemprego tenha afetado apenas 4,8% da população ativa em janeiro – são avaliadas quatro capitais, sem Curitiba. No mesmo mês de 2013, eram 5,4%.

Segundo a economista Maria Andreia Lameiras, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a única forma de o setor de serviços aumentar a produtividade para dar conta da demanda é contratando, e isso não tem sido fácil. “Funcionários qualificados ficam muito caros”, diz. “Assim, ou você contrata para treinar o funcionário ou emprega alguém sem qualificação. E nos dois casos trata-se de mão de obra pouco produtiva. Fica um ciclo vicioso – demanda alta e custo alto – que é repassado ao consumidor.”

Dificuldade

A estofaria da qual Sandro César Gantzel dos Santos é sócio em Curitiba passa por isso. Trabalho não falta, mas a dificuldade em contratar faz com que os donos abram o bolso para não perder oportunidades. “Tem que pagar mais para manter a mão de obra qualificada.” A dificuldade é achar um empregado que saiba das duas funções do ofício: estofar e costurar. “Empresas contratam duas equipes porque só acham gente que faz uma tarefa”, explica Sandro.

A particularidade ajuda a explicar por que o serviço foi um dos que mais aumentou de preço entre fevereiro de 2013 e janeiro de 2014. No país, o reajuste foi de 12,8%; em Curitiba, de 15,9%.

 


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