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Carta de presos denuncia risco de nova rebeli?o no Paran?...

Sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Última Modificação: 27/08/2018 18:57:18 | Visualizada 358 vezes


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Documento revela o temor de detentos da Penitenciária Estadual de Piraquara II, na região de Curitiba, de um novo motim liderado pelo PCC

O temor de que novas rebeliões tomem conta de presídios do Paraná não está restrito aos agentes penitenciários. A Gazeta do Povo teve acesso, com exclusividade, a uma carta encaminhada por um grupo de detentos da Penitenciária Estadual de Piraquara II (PEP II), na qual eles dizem temer uma nova rebelião. O ato seria comandado por membros do Primeiro Comando da Capital (PCC) e teria como objetivo melhorar as condições do presídio.

 

O documento é assinado por 22 detentos que estão na ala conhecida como “seguro”, onde ficam, por exemplo, criminosos condenados por estupro ou homicídio contra crianças. Esses detentos, entretanto, dizem que o espaço também está ocupado por médicos, advogados, professores, profissionais do judiciário e agentes penitenciários, que não necessariamente respondem pelos crimes condenados pelos demais presos.

Segundo apurou a reportagem, integrantes do PCC estariam planejando fazer refém um membro do judiciário que está preso no local. O objetivo seria pressionar autoridades carcerárias por transferências e melhores condições no presídio.

Em determinado trecho da carta, os presos dizem temer uma carnificina igual à registrada entre domingo e terça-feira na Penitenciária Estadual de Cascavel (PEC). Os detentos dizem estar, literalmente, “em um corredor da morte, podendo ser decapitados a qualquer momento”.

Anteontem, o Sindarspen, sindicato que representa os agentes penitenciários, já havia alertado para o risco de novas rebeliões no estado devido à superlotação causada pela transferência de 800 internos da PEC para outras sete unidades prisionais. Ao todo, três dessas unidades – a Casa de Custódia de Piraquara, a Penitenciária Estadual de Francisco Beltrão e a Penitenciária Industrial de Cascavel – ficaram com 594 presos além de suas capacidades.

A carta ainda será encaminhada à Comissão de Direitos Humanos da OAB e ao Ministério Público. Procurada pela reportagem, a Seju não respondeu até o fechamento desta edição se tinha conhecimento das articulações dos presos e quais medidas teria adotado para evitar uma nova rebelião no estado. O motim em Cascavel resultou em cinco mortos e 25 feridos.

Identificados

O IML concluiu a identificação de quatro dos cinco mortos na rebelião. Foram identificados: Sergio Humberto de Melo; Cicero Gomes Nogueira; Gilson Bragança dos Santos e Juareci Gromowski. Os três primeiros, segundo a Seju, estavam presos por estupro e o último cumpria pena por roubo e furto. De acordo com a pasta, não há mais desaparecidos e cinco dos 25 feridos estão no Hospital Universitário do Oeste do Paraná, em Cascavel. Segundo a Seju, o turno do momento da rebelião era formado por 46 profissionais. Mas, devido ao decreto que estabelece as jornadas de trabalho desses profissionais, havia apenas 15 no momento em que o motim eclodiu.

Retorno

Parte dos presos transferidos da Penitenciária de Cascavel após a rebelião deve retornar ao presídio em 15 dias, segundo a Seju. Engenheiros ainda trabalham na avaliação e o laudo final ficará pronto em duas semanas. O trabalho de limpeza no local continua para deixar o presídio em condições de receber os presos. A galeria onde funcionava uma fábrica de botinas, incendiada pelos amotinados, segue interditada. O anúncio do retorno iminente dos presos preocupa a OAB. “Será que em 15 dias a prisão estará apta a receber esses presos?”, questiona Juliano Murbach, presidente da subseção da OAB em Cascavel.

 

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