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Ensino integral no Paran? vai priorizar o contraturno...

Quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Última Modificação: 09/06/2020 16:54:27 | Visualizada 317 vezes


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Modelo de turno único, já adotado em 29 colégios, esbarra na falta de estrutura, excesso de alunos por turma e adaptação dos professores

A expansão da educação integral no Paraná vai ocorrer pelo modelo das atividades complementares, com esportes e música no contraturno, em vez do turno único de nove horas diárias com mais aulas de Português e Matemática, sistema usado por 29 colégios do estado. De acordo com a Secretaria de Estado da Educação (Seed), o modelo das atividades complementares deve chegar a pelo menos 700 escolas em 2014, mas não há planos para levar o turno único a mais escolas em curto prazo. A expansão desse modelo estaria esbarrando, principalmente, na infraestrutura inadequada de escolas antigas, diz a Seed

Como não há um conceito definido do que seja educação integral no país, a ampliação da jornada tem se tornado a principal referência das secretarias de educação, que vêm experimentando diversos modelos. No Paraná, a Seed considera como ensino integral tanto o turno único com matriz curricular comum, de 45 horas semanais, como as atividades complementares, que totalizam 35 horas de permanência do aluno na escola.

 

INFOGRÁFICO: Veja o que a população pensa sobre a educação integral

 

“Nossas escolas não foram construídas para comportar o ensino integral. Precisamos melhorar infraestrutura, como refeitórios, salas e até sistema de transporte”, diz Ivanilde Tibola, assessora de planejamento da Seed. Além disso, a implantação do modelo do turno único depende da aceitação da comunidade escolar, o que nem sempre ocorre, diz Ivanilde.

 

O Colégio Estadual Professora Maria Aguiar Teixeira, no Capão da Imbuia, faz parte do seleto grupo que adotou o sistema, no início deste ano, abrindo o turno único a 60 alunos do 6.º ano. Embora admita que os professores enfrentam dificuldades para se adaptarem, o diretor Alexandre Torrilhas se diz confiante com o resultado da experiência. “Como toda inovação, ainda há muito para ajustar, mas entre os professores há um consenso de que o rendimento dos alunos melhora muito”, diz.

 

Um dos desafios apontados por Torrilhas é a necessidade de produzir aulas mais inovadoras, que não levem os alunos à exaustão no decorrer das nove horas que passam na escola.

 

Complementação

 

Já a ampliação da jornada com atividades complementares é mais fácil, admite a assessora da Seed. Em julho deste ano, o governo estadual anunciou que o número de crianças a serem atendidas por atividades do programa Mais Educação, em 2014, será de aproximadamente 46 mil.

 

O Mais Educação é uma iniciativa do governo federal que financia a contratação de professores, auxiliares e refeições destinadas aos alunos participantes. Neste ano, cerca de 28 mil crianças, em 266 escolas, estão inscritas no programa. Os estudantes participam de atividades como xadrez, fanfarra e futsal, todas oferecidas no contraturno. O governo do estado também mantém um sistema semelhante, com recursos próprios, em outras 320 escolas do estado.

 

Modelo flexível ajuda a atingir meta, diz fundação

 

A adoção de modelos múltiplos de educação integral é apoiada pela Fundação Itaú Social, que produz estudos sobre o tema e considera essa a única alternativa viável para o cumprimento da meta determinada pelo Plano Nacional de Educação (PNE). O documento prevê que até 2020 o país deve oferecer educação integral, de pelo menos sete horas, em 50% das escolas públicas, atendendo a 25% dos alunos de educação básica.

 

“Não é possível pensar só em um modelo de educação integral, porque não daremos conta. Mas com sistemas variados a meta é atingível”, afirma Patricia Mota Guedes, especialista em gestão educacional e gerente da Fundação Itaú Social.

 

A instituição cita numa publicação recente o modelo de parcerias firmadas por algumas secretarias de educação com ONGs, empresas, outros órgãos públicos e até igrejas. Um exemplo é o caso da prefeitura de Belo Horizonte, onde várias das atividades de contraturno ocorrem fora da escola, em espaços públicos como parques, praças e museus, com atividades dirigidas por organizações civis conveniadas. “Fizemos avaliações naquele município e concluímos que o modelo trouxe sim um melhor desempenho nas notas”, afirma o economista e especialistas em políticas públicas da fundação, Antonio Bara Bresolin.

 

Uma pesquisa recente realizada pelo Insitituto Datafolha, a pedido da Fundação Itaú Social, mostrou que 63% dos brasileiros com 16 anos ou mais já ouviram falar sobre educação integral, e aprovam os modelos, sendo que 40% a associam ao aumento da carga horária na escola e 22% a atividades extracurriculares.

 

 

 

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