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Agrishow atrai 150 mil em quatro dias...

Sexta-feira, 02 de maio de 2014

Última Modificação: 09/06/2020 16:49:04 | Visualizada 218 vezes


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21ª edição da maior feira agrícola do país confirma bom momento do campo, com projeção de crescimento de público e faturamento

O bom momento vivido pelo agronegócio brasileiro pode ser comprovado nas principais feiras do setor. Na Agrishow – maior feira agrícola e de máquinas do Brasil –, a situação não é diferente. Com faturamento próximo de R$ 3 bilhões a cada edição, o evento já atraiu cerca de 150 mil pessoas a Ribeirão Preto (SP) desde a última segunda-feira – a previsão total é de 170 mil, 10% a mais do que na edição anterior.

Durante os cinco dias de evento a Agrishow se transforma no principal shopping do meio rural. Máquinas que valem mais de R$ 1 milhão conquistam os produtores oferecendo conforto e eficiência. Regulagens feitas ao toque de um botão, piloto automático e regalias como ar condicionado ou frigobar dentro da cabine facilitam o trabalho dos operadores ao mesmo tempo em que reduzem o tempo de plantio e colheita. O preço alto é compensado pela oferta de crédito a juros baixos com subsídio governamental, que garante taxas de 3,5% ao ano para o financiamento.

Na feira também são vendidos carros, roupas e até aviões. Na disputa por clientes, as empresas adotam diferentes estratégias, que incluem a distribuição de brindes, desfile de belas dançarinas e apresentações interativas dos equipamentos. Com uma área de 440 mil metros quadrados e 800 expositores, o evento é o maior do gênero no Brasil e o terceiro maior em todo o mundo.

O movimento repercute na economia regional. Os hotéis de Ribeirão Preto estão lotados e a busca por leitos se estendeu a cidades vizinhas. Durante a cerimônia de abertura, a prefeita Darcy Vera (PSD) destacou o esforço realizado para manter o evento no município – havia interesse em transferir neste ano a Agrishow para São Carlos (SP). “Se isso acontecesse seria uma tragédia para Ribeirão Preto”, aponta. O evento finca raiz na cidade com a construção de um museu do agronegócio, que será construído na fazenda onde é realizada a feira, com investimentos de R$ 16 milhões.

Queixas

Além de negócios, a Agrishow é palco de agendas técnicas e políticas. Representantes de entidades relacionadas ao agronegócio apresentam demandas e externalizam insatisfações. O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Luiz Neto, concentrou reclamações no sistema tributário e não poupou críticas ao governo. Para ele, o setor perdeu competitividade no mercado externo e tem situação desfavorável no âmbito local. “A indústria de base está acabando no Brasil”, resume.

Mercado

Venda de tratores e colhedoras esfria, mas setor mantém otimismo

As fabricantes de tratores e colhedoras aproveitam a Agrishow para apresentar os principais lançamentos do ano. Mesmo assim, as empresas reconhecem que não será possível repetir o desempenho de 2013, quando foi batido o recorde de vendas do setor. “Não se trata de uma situação de caos, mas estamos em um momento de apreensão”, admite Paulo Hermann, presidente da John Deere no Brasil. Ele avalia que o cenário atual é de ajuste entre a oferta e a demanda, o que explica o viés de baixa no mercado.

O cenário desfavorável no setor sucroalcooleiro é apontado como a principal causa da retração, mas as expectativas são positivas para o médio e longo prazo. Fabricantes de máquinas agrícolas como a Valtra confirmam redução de 20% nas vendas no primeiro trimestre de 2014, na comparação com o ano passado. “Apesar dos problemas do setor de cana nesse ano a avaliação é de que quem superar este tranco vai estar bem em 2015”, diz Paulo Beraldi, diretor comercial da companhia. “As máquinas usadas na cultura da cana precisam ser renovadas com maior frequência do que o normal, o que deve garantir um cenário positivo no futuro”, constata Luiz Feijó, gerente comercial da New Holland.

 

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