Terça-feira, 07 de outubro de 2014
Última Modificação: 27/08/2018 18:56:34 | Visualizada 178 vezes
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Com 1 milhão de votos a mais do que a presidente no estado no primeiro turno, Aécio conta com o apoio de paranaenses influentes no segundo turno
O cenário paranaense favorece o presidenciável Aécio Neves (PSDB) na disputa no estado com a candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT) no segundo turno. A reeleição do governador Beto Richa (PSDB) já no primeiro turno, a expressiva votação de Alvaro Dias (PSDB) para o Senado e a tradição do Paraná como reduto eleitoral tucano são fatores apontados por especialistas que favorecem Aécio no estado.
Já no primeiro turno, Aécio se saiu melhor que os três últimos presidenciáveis do PSDB no Paraná e obteve no primeiro turno uma vantagem de 1 milhão de votos em relação à petista. No pleito de 2010, por exemplo, o então candidato José Serra (PSDB) também venceu o primeiro turno no Paraná, mas com uma diferença bem menor: de 296 mil votos. Mesmo no segundo turno, a margem entre Serra e a atual presidente foi de 633 mil eleitores.
Para especialistas, a tendência é que o senador mineiro cresça no segundo turno beneficiado pela migração dos eleitores de Marina Silva (PSB) (leia mais na matéria abaixo). “Eleitoralmente, existe um desgaste do PT no estado desproporcional ao restante do país”, avalia o cientista político Marco Rossi, professor de Sociologia da Universidade do Norte do Paraná (Unopar).
O cientista aponta ainda que, além da posição conservadora dos eleitores do estado, a dedicação que Richa e Alvaro devem dar à campanha do presidenciável explica essa tendência. O governador não descarta a possibilidade de se licenciar do cargo para se dedicar à campanha do companheiro de partido e o senador já se colocou à disposição de Aécio para fortalecer o nome dele no estado.
Estratégias
A vantagem do presidenciável tucano no Paraná faz com que as estratégias de ambas as campanhas sejam diferentes no estado. Enquanto que os petistas devem se preocupar em desconstruir a ideia de “discriminação” do governo federal no repasse de verbas para o estado, os tucanos devem investir pesadamente nesse discurso. “O eleitorado paranaense deixou clara a insatisfação com o governo federal. O discurso de Richa de sermos grandes ‘contribuintes’ e recebermos pouca verba pegou”, analisa o cientista político e professor do grupo Uninter Hélio Godoy.
Para o deputado Dr. Rosinha (PT), coordenador da campanha da presidente Dilma no Paraná, a “união” dos candidatos derrotados ao governo Gleisi Hoffmann (PT) e Roberto Requião (PMDB) e dos militantes de ambos os partidos em torno da reeleição da presidente no estado pode fazer a diferença. “O desafio aqui é maior, pois o PSDB se reelegeu no primeiro turno, mas os partidos coligados [pela reeleição de Dilma] também não se preocupam mais com a eleição de governo e podem se dedicar à campanha presidencial”, aponta.
Já para o coordenador de campanha de Aécio Neves no sul do país, deputado federal Abelardo Lupion (DEM), o candidato tucano deve intensificar a campanha de segundo turno nos estados onde se saiu vitorioso na primeira etapa da eleição, o que inclui o Paraná. “Além disso, já houve a colagem da imagem do Aécio no Beto [Richa]. A votação dos dois no estado foi muito parecida e há uma tendência natural de crescimento”, diz.